“Você tem medo… Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca… Você tem medo de não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer… Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém… Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele… Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo… Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa… Medo do aniversário sem ele por perto…”
Fabricio Carpinejar
Fabricio Carpinejar
Nenhum comentário:
Postar um comentário